Em Zurique, Rony ficou em 2° lugar na Mini-MegarrampaFoto: FSZ/Marc Zander
Ronaldo Gomes não é mais o Bobinho, skatista promissor que lembrava Bob Burnquist por causa dos óculos. Agora ele é Rony Gomes, um skatista que, aos 19 anos de idade, conquistou seu espaço e firmou sua personalidade entre os principais skatistas de halfpipe, megarrampa e mini-megarrampa do mundo.
Em seis anos, desde que começou a competir como skatista amador, Rony já está em sua segunda temporada andando profissionalmente e com pódios importantes, como a terceira colocação no Oi Vert Jam de 2011 e a recente segunda colocação num campeonato de mini-megarrampa na Suíça, atrás apenas do canadense Pierre-Luc Gagnon.
Agora é só uma questão de tempo para ele começar a frequentar o pódio do Dew Tour e X Games, as principais competições da atualidade. Só de ser convidado para esses eventos já é uma grande vitória. Dividir a rampa com Pierre-Luc Gagnon, Bob Burnquist, Sandro Dias, Bucky Lasek e Shaun White, para ficar mais complicado, Rony não conta com patrocinadores norte-americanos. Rony sabe que ainda tem muito o que aprender com os veteranos. “Tô começando agora, tem um pessoal com o nome muito mais forte que o meu lá fora, e eu tenho sentido que meu nível tá evoluindo. Conforme o tempo passa eu tô evoluindo e crescendo. Então pode-se esperar que daqui alguns anos eu vou estar ali na frente”, comenta Rony, com os pés no chão e realista sabendo que a hora dele vai chegar.
Rony Gomes no Vert dos X Games 17
Crédito da imagem: Matt Morning/ESPN Images
Crédito da imagem: Matt Morning/ESPN Images
Rony nos X Games 17, competindo ao lado deShaun White, PLG, Bob Burnquist, entre outros Foto: Matt Morning/ESPN Images
Quando pergunto se ele tem vontade de conquistar um campeonato mundial, se mostra humilde, uma de suas principais características. “Não sei se tenho vontade de ser campeão mundial. Porque hoje em dia o circuito mundial não tem um nome tão forte que nem o Dew Tour. Se for campeão do Dew Tour vai ser demais pra mim. Mas é claro que um circuito mundial também seria legal”, conta, prevendo que em dois ou três anos estará com chances mais reais de brigar pelos títulos.
Enquanto isso, ele viaja para os eventos nos EUA e Europa, mas continua morando no Brasil e com suporte dos patrocinadores. “Pelo o que eu vejo, a cena do vertical lá e a cena do vertical aqui, comparando, a cena do Brasil não é das piores, porque a cena do vertical lá tá ruim”, explica sobre o panorama, dando como exemplos Otavio Neto, Sandro Dias e Pedro Barros, que assim como ele, são patrocinados por empresas brasileiras e podem viver exclusivamente para o skate no país que amam.
Com a crise no mercado de skate norte-americano, a cena do vertical é a que mais sofre. Vários skatistas de referência perderam patrocínios ou tiveram queda no número de vendas de seus produtos assinados.
Quando os skatistas praticantes de vertical são questionados sobre a estrutura da modalidade no Brasil é unanime que eles dizem não terem opções para treinar. Rony diz que, “pra falar que não tem, tem duas – uma em São Bernardo e outra em Santo André. Mas são muito ruins, não em relação as madeiras, mas a transição é muito antiga, o half já foi montado a muito tempo atrás”.
Ter o apoio dos patrocinadores é muito importante, pois somente assim os brasileiros podem ter condições de viajar aos EUA, onde estão as melhores rampas e melhores sessões, para evoluir e ter condições de continuar no topo.
Apesar de Rony de ser um dos skatistas mais novos do circuito, já tem uma nova geração chegando na cola. Skatistas cada vez mais novos surpreendendo com manobras como 540s e 720s. “Agora não posso dormir no ponto, porque senão o moleque de oito anos vem me engolir.
Agora não posso dormir no ponto, porque senão o moleque de oito anos vem me engolir | ||
--Ropny Gomes
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Mas eu tô ali sempre antenado nas coisas que estão acontecendo pelo mundo e sempre tentando evoluir mais. Você vê que hoje em dia, manobra de giro tá cada dia ficando mais fácil e o que vai ficar mais difícil daqui pra frente são os flips.
Pode parecer que não, mas uma manobra de giro é muito mais fácil que uma de flip. E eu venho tentando não deixar de lado os flips nas minhas voltas. Sempre que dá tento evoluir mais. Agora, esses moleques de oito anos dando 720 é muito cabreiro”, cita Rony, dando o exemplo de Evan Doherty, o norte-americano mais novo a acertar o 720. E esse é o grande diferencial de Ronaldo Gomes para se manter no topo, ele busca a evolução técnica das manobras em todas sessões que você o ver, desde a microrrampa do seu condomínio, até a megarrampa da casa de Bob Burnquist.
Rony com o cheque do Freestyle.ch
Crédito da imagem: Sidney Arakaki
Crédito da imagem: Sidney Arakaki
Em Zurique, Rony ficou em 2° lugar na Mini-Megarrampa
Crédito da imagem: FSZ/Marc Zander
Crédito da imagem: FSZ/Marc Zander
Los Angeles foi a segunda competição de Rony na Megarrampa em 2011 e a sua segunda final
Crédito da imagem: Travis Burke
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Mini-Megarrampa está virando um das especialidades de Rony Gomes
Crédito da imagem: FSZ/Marc Zander
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Rony nos X Games 17
Crédito da imagem: Matt Morning/ESPN Images
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